Criar comunidade digital é para todos?
Edição #33 | Pergunta de quem vivencia alguns dilemas do universo digital.
Duas palavras que dominaram minha semana: comunidade e verão.
Comunidade
A palavra comunidade tomou conta da minha semana. Refiro-me às comunidades formadas no ambiente digital. Gosto e participo de várias delas, mas criá-las é para todos?
É muito fácil nos perdermos nas comparações do universo online. Se não cuidarmos, elas se tornam uma constante e, naturalmente, um passo decisivo para abandonarmos projetos.
Às vezes, finjo não me importar com as métricas, mas como não? Elas estão em todos os espaços, aplicativos e ferramentas digitais, quantificando e até qualificando nossas entregas. Por mais que eu tente ignorá-las, nem sempre consigo, admito. E aqui entram: comunidades, números de seguidores, curtidas, visualizações, alcances, etc.
Nos últimos dias, meus questionamentos (dilemas internos e compartilhados com alguns colegas) têm sido:
Para crescer ou ter "sucesso" no digital, precisamos TODOS construir comunidades no WhatsApp, Telegram ou outro aplicativo de comunicação mais próxima com o leitor? E se eu não quiser? Significa que fracassei no universo digital?
E se eu só desejar participar de algumas comunidades já bem-sucedidas (maravilha que elas existem e conseguiram chegar lá!), onde tenho mais afinidade, e não necessariamente criar uma minha? Não sirvo para o digital?
E se eu desejar só escrever (como neste espaço, por exemplo), porque foi o jeito que encontrei (por enquanto) de organizar minhas memórias, ideias, histórias, pesquisas, curadorias, pensamentos e compartilhá-los com quem possa se interessar pelos assuntos que trago aqui? Simples assim. Vale?
Verão
O verão está chegando ao fim na Itália (dia 22 de setembro) e essa é outra palavra com a qual fiquei envolvida na semana ao escutar os episódios do podcast Pensieri e Parole, da Linda Riolo*.
Ela fez uma série dedicada ao estate (verão) com palavras que lembram muito o que é essa estação para os italianos. Achei interessantíssimo, porque várias delas consegui perceber no dia a dia do nosso primeiro verão completo aqui.
Entre as palavras, Lina fala sobre:
Maturità (Maturidade): é o período em que os estudantes, que concluem o ensino médio, precisam enfrentar o temido "exame de maturidade", um divisor de águas entre a juventude e a vida adulta.
Il cono gelato (sorvete de casquinha): o verão aqui é a estação do sorvete. Cono o coppetta? (Casquinha ou copinho?). A pergunta mais repetida nas sorveterias.
Tormentone (hit musical, refrão repetitivo): expressão usada para aquelas músicas que grudam como um chiclete. Segundo Lina, são músicas que geralmente falam de coisas leves e têm um ritmo cativante. Já consigo identificá-las nas rádios.
Cruciverba (palavras cruzadas): um dos passatempos favoritos dos italianos durante as férias são as palavras cruzadas ou enigmas. Vi várias pessoas na praia praticando esse passatempo, além da leitura de livros (não vi ninguém com kindle até agora).
Cocomero (melancia): realmente elas tomam conta dos mercados nessa época.
Afa (calor abafado): sim, é intenso, mas para uma cuiabana como eu que cresceu no calor de 40 graus praticamente o ano inteiro, o verão pra mim aqui é fichinha.
Attesa (espera): como bem trouxe Lina, "no verão, espera-se", porque agosto é um mês de suspensão, pausa e espera. Vivi isso logo que chegamos, no feriado de ferragosto, quando praticamente tudo pára.
Ferragosto (feriado de 15 de agosto): um feriado importante para os italianos e que me marcou, porque foi exatamente o dia em que me mudei com a família para cá. É quando tudo pára, as cidades sem praia ficam desertas e as indústrias aproveitam para dar férias coletivas.
Cicale (cigarras): escutei muita cigarra nos parques e praças. Tenho medo delas, mas gosto do som que emitem. No episódio, Lina fala que o canto desse inseto inspirou vários contos, canções e histórias italianas.
*Os episódios dessa série especial você pode conferir AQUI. Recomendo!
🔎 Descobertas da semana
Li, assisti, gostei, me inspirei, salvei e compartilho aqui com você.
Não são descobertas da semana, mas um acumulado de ferramentas que uso no meu dia a dia de trabalho. Trago uma breve lista de sites que auxiliam na revisão de textos para quem produz conteúdos.
→ Vocabulário: para pesquisar palavras direto no site oficial da Academia Brasileira de Letras.
→ Sinônimos e Antônimos: para não deixar o texto repetitivo.
→ Conjugação de verbos.
→ Dicionário online: prático e didático.
→ Correção.pt: auxilia nas correções de palavras.
→ Clarice.ai: ferramenta que aponta os erros de ortografia, estilo e gramática. Nem sempre concordo com as sugestões, mas é um bom apoio para revisão.
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Obrigada pela leitura! Espero que esta edição te leve a algum lugar.
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Camila Tardin
O importante é não se entregar à pressão.