De bem com o Kindle
Edição #16 | Quando damos chance às ferramentas que vieram para facilitar nossas vidas.
Demorei, mas (finalmente) consegui me adaptar à leitura de livros no Kindle.
Ainda sou do time que ama livros em papel. De folheá-los, pegá-los e escrever dentro deles. Sim, escrevo, grifo e rabisco bastante nos livros. Mas depois de tantas mudanças de casa, precisei reavaliar meu romantismo com alguns objetos físicos.
Em 2021, na minha oitava mudança de residência ainda no Brasil, escutei uma frase do mesmo funcionário da transportadora que contratamos pela segunda vez:
Só isso de caixa, dona?
O “só isso” foi como música para os meus ouvidos. Um sinal de evolução, amadurecimento e desapego de objetos. Resultado das várias experiências adquiridas nas mudanças - cada uma com seu significado e aprendizado diferente.
Quando me dei conta de que ainda poderia me mudar novamente, acumular novos livros demandaria mais caixas para empacotar, desfazer e organizar depois. Resolvi manter a compra de livros infantis para as crianças e os meus seriam gradativamente substituídos pelos digitais. Em 2020, numa black friday, me presenteei com um Kindle.
Levei um longo tempo para me acostumar com a tela e com a minha vontade de retornar para algumas páginas, lembrar de frases grifadas e anotações - o que o livro físico, no meu ponto de vista, ainda é mais prático e interessante nesses quesitos.
Inicialmente, só baixava os livros mais técnicos, relacionados ao trabalho, comunicação e escrita. Com o tempo, fui dando espaço para as obras literárias também. Hoje me considero muito melhor adaptada a essa ferramenta de leitura.
Inclusive, o Kindle tem me salvado do excesso de telas, dos desvios de foco e do tempo que, até então, eu gastava nas redes sociais para trabalhar, me entreter e me informar. Não abandonei-as, é claro. Elas fazem parte do meu trabalho diário, mas confesso que tenho estabelecido uma certa ordem e tempo de uso na rotina.
Criei novos hábitos para usar menos rede social a partir de um certo horário do dia e nos finais de semana. Venho substituindo esse tempo por mais Kindle e “ócio criativo”, conceito criado pelo sociólogo italiano Domenico De Masi (falecido em setembro de 2023).
Um breve parênteses aqui para contar que tive o prazer de conhecê-lo em 2003, em uma palestra sobre “Comunicação e Poder”, no teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), quando eu ainda era estudante de jornalismo.
Lembro como se fosse hoje o quanto esse conceito de “ócio criativo” me impactou. Segundo De Masi, o trabalho também deve ser uma fonte de realização pessoal e satisfação, não apenas de “obrigação”. E o ócio, diz ele, não é considerado uma perda de tempo, e sim uma oportunidade de explorarmos nossa criatividade.
O ócio é necessário à produção de ideias, e as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade. Do mesmo modo que dedicamos tanto tempo e tanta atenção para educar os jovens para trabalhar, precisamos dedicar as mesmas coisas e em igual medida para educá-los ao ócio.
Domenico De Masi
Voltando ao Kindle e a minha escolha de melhorar meu comportamento e consumo de informações nas redes sociais: estou tendo mais tempo para terminar minhas leituras. E isso tem sido bem gratificante!
Agora estou de olho na nova versão do aparelho: o Kindle Scribe, lançado em 2022, que vem com uma caneta e facilita a escrita das anotações que, posteriormente, podem ser transformadas em PDF (veja no vídeo abaixo). É meu novo objeto de desejo para a black friday de 2024. Assim que adquiri-lo, venho aqui contar minha nova experiência.
E se você tem vontade de experimentar ler mais pelo Kindle, vá em frente. O estranhamento inicial é super natural, como toda e qualquer nova tecnologia, mas a persistência e o tempo (esse nosso camarada, lembra?) nos ajudam na adaptação.
*p.s. Esse não é um texto publi do Kindle. Bem que poderia ser, né? (ahaah). Na verdade é um estímulo para quem ainda tem dúvida se consegue se adaptar ao livro digital. Eu era bem resistente também e consegui.
*O vídeo acima traz algumas críticas negativas sobre a nova versão do aparelho, mas a opção de escrever as anotações, na minha visão, pode valer a pena a experiência. Quem ainda não tem livro digital, sugiro começar pela versão mais tradicional. O que eu tenho é o Kindle Paperwhite (10ª geração). Existe outro mais avançado do que o meu. Pesquise nos fóruns e comentários da Amazon os prós e contras de cada versão antes de comprar.
🌱 Colheita de palavras
Um espaço onde as palavras das crianças vão morar.
A bola da vez por aqui é o filme do Aladdin.
Papai, se eu encontrar o gênio da lâmpada, vou pedir para ele realizar todos os meus desejos infinitos.
Pietro
Piano piano
“Imparare piano piano” (Aprender devagar, no seu tempo, aos poucos).
A descoberta da semana foi esta animação feita pelos alunos do terceiro ano (acho) do curso de Música e Multimídia da escola onde meus filhos estudam. Pelo que entendi, foi apresentada no espetáculo de fim de ano de 2023. Faz parte do curso de arte e imagem do ano letivo 2022/2023. Achei interessante ter esse espaço para explorar a criatividade pelo audiovisual nos estudos.
Aleatoriedade
Li, assisti, gostei, me inspirei, salvei e compartilho aqui com você.
A história do Kindle: leitor de livros digitais completa dez anos (link). Uma notícia de 2017 que encontrei nas minhas buscas e que traz um histórico interessante sobre o surgimento do Kindle. O primeiro foi lançado em 2007. No Brasil só chegou em 2012, ou seja, levei oito anos para me convencer a adquirir um. Sempre há tempo.
LinkedIn testa feed com vídeos na vertical estilo TikTok (link). Por que essa mania das redes sociais em “se copiarem” quando o tipo de comunicação, público, objetivos e dinâmica das plataformas são distintos?
Leia antes de procrastinar (link), do
. Aqueles insights que nos dão uma boa chacoalhada para manter a criatividade em movimento.💌 Se você perdeu alguma edição clique aqui.
Meu Kindle tem a mesma capinha que o seu 🤗! Uso desde 2015 e gosto muito - apesar de ainda amar um livrinho físico. A liberdade de poder ler vários livros ao mesmo tempo e em qualquer lugar, mas sem precisar carregar um monte de peso por aí é ótima!
No dia que 'aceitei' o kindle e aprendi a usá-lo melhor ele se tornou um aliado das minhas leituras. A leveza do dispositivo, a possibilidade de aumentar e diminuir fonte e intensidade da luz, bem como ler no NOTURNO (fundo preto e texto cinza) facilitam totalmente a vida do leitor. Ainda não consigo me localizar nele como num livro físico quando quero retomar um parágrafo já lido, é uma dificuldade. Agora tenho biblioteca digital (guardadinha na gaveta) e a que junta pó, enfeitando a casa. É a vida!