Um novo hábito?
Edição #21 | Vinte e um dias são (mesmo) suficientes para criarmos um novo hábito? E 21 edições de uma newsletter?
Dizem que levamos 21 dias para formar um novo hábito. Essa ideia foi popularizada pelo cirurgião plástico e psicólogo Dr. Maxewll Maltz. Ele observou que seus pacientes demoravam aproximadamente 21 dias para se acostumar com a nova aparência depois das cirurgias plásticas. Suas observações levaram a crer que o mesmo período se aplica à formação de novos hábitos. Será?
Outros especialistas defendem que o tempo para criarmos novos hábitos varia muito de pessoa para pessoa. Particularmente, sou mais adepta à tese do tempo de cada um do que a do Dr. Maltz, sem desmerecê-lo é claro. Talvez porque nunca segui nada à risca durante 21 dias para saber como é e compartilhar aqui.
Claro, não podia deixar de pegar carona na teoria dos 21 dias e contar que estou na 21a edição da newsletter Onde a palavra mora, lançada dia 18 de dezembro de 2023.
Não foram 21 dias, mas sim 21 semanas de publicações ininterruptas em que dediquei um tempo dos meus dias para sentar e escrever para você. A plataforma, inclusive, me envia um e-mail semanal de "estímulo", como uma pequena dose de dopamina, para continuar.
Até o momento, tenho 160 pessoas inscritas e interessadas (penso eu) no que escrevo. Embora o número pareça pequeno (e é comparado a outras newsletters autorais mais experientes e com tempo de casa maior no Substack), para mim é um dado gigante!
São 160 pessoas que, espontaneamente, pararam em algum momento e digitaram o próprio e-mail para receber na caixa de entrada o que escrevo e envio semanalmente. Tem gente do Brasil e de outros países também, porque o Substack traz um mapa de onde estão nossos leitores. Esse recurso na plataforma é bem interessante!
Sempre quis ser lida além de Mato Grosso, como o escritor Marinaldo Custódio confidenciou-me na edição #10.
Nos últimos anos, cheguei a fazer movimentos para isso e tentei publicar crônicas em revistas e sites de São Paulo. Algumas deram certo, outras não. Percebi que é mais desafiador para quem nasce e cresce no interior do Brasil conseguir furar a bolha da visibilidade e alcançar o eixo Rio-São Paulo do que uma pessoa que nasce, vive ou trabalha no Sudeste do país desde sempre.
Existem muitas vantagens em ter nascido no meio do mapa do Brasil (muitas mesmo!!!), mas também há outras tantas desvantagens, principalmente, para quem escreve ou trabalha com comunicação. A internet, é claro, ajudou a romper nossas barreiras geográficas.
Conseguir alcançar leitores de tantos lugares, inclusive de outros países, em apenas 21 edições, tem sido uma experiência bem interessante para a mato-grossense de nascimento, registro, alma e coração aqui. Super obrigada novamente!
O e-mail é um espaço (tão) íntimo né? Não tem a pressão do algoritmo das redes sociais, basta o interesse pessoal de cada um em decidir o que entra e o que vai para o lixo ou spam. É um meio de comunicação que não vai morrer tão cedo, mesmo quando alguém insiste em dizer que é ultrapassado. Pelo contrário, por ser um espaço mais íntimo, sem a dependência do algoritmo, é mais provável uma rede social ou plataforma deixar de existir (como aconteceu com o Orkut) do que o e-mail.
Certamente eu não conseguiria receber 160 pessoas em casa hoje para uma festa, mas posso chegar na caixa de entrada de quem topou acompanhar meu trabalho, saber o que penso, vejo, pesquiso, aprendo, compartilho, sinto e escrevo.
Gosto do processo de construção da newsletter: de parar e pensar o que vou escrever; buscar referências; anotar; fazer curadoria de assuntos que leio e pesquiso; conhecer outros escritores da rede; observar o que as crianças falam e chamam minha atenção para inserir na “Colheita de palavras”; compartilhar as descobertas de um idioma que nunca sonhei ou imaginei aprender; trazer dicas de livros, cursos, sites, vídeos, filmes e textos.
Tem sido uma experiência muito boa! Mas também confesso que às vezes tenho vontade de pular no vale da desistência. Quando penso nisso, recebo uma mensagem ou resposta depois da edição enviada por e-mail, pelo whatsapp ou nas redes sociais. Alguém que se identificou com o assunto, manifestou uma curiosidade, conexão, agradecimento ou reflexão. E isso me dá energia para continuar, mesmo sem saber onde isso pode me levar. Super obrigada mais uma vez!
Não sei se 21 dias ou 21 edições de uma newsletter é tempo suficiente para dizer que este é meu “novo” hábito. Só sei que pretendo continuar com esse projeto, ainda que o vale da desistência (às vezes) me chame fortemente, porque escrever é importante para mim.
Como foi receber meus 21 e-mails até agora?
O que mais gosta aqui? O que gostaria de ler mais? Como posso melhorar? A periodicidade semanal e o tamanho estão legais para você? Tem algum horário que você considera melhor receber essa newsletter?
Vou te aguardar! Uma resposta, pelo menos, das perguntas acima (please!).
Um abraço!
Camila
🌱 Colheita de palavras
Um espaço onde as palavras das crianças vão morar.
Mamãe, o que você quer ser quando crescer?
Oi? Como assim, Marina? Eu já cresci (acho)!
📚 Piano piano
“Imparare piano piano” (Aprender devagar, no seu tempo, aos poucos).
Algumas músicas que tocam nas rádios daqui para quem quer treinar os ouvidos italianos.
🎵 Ghali - Casa Mia (Official Video - Sanremo 2024)
🎵 Annalisa - Sinceramente (Official Video - Sanremo 2024)
🎵 Coez e Frah Quintale - Terra bruciata (Video Ufficiale)
🔎 Descobertas da semana
Li, assisti, gostei, me inspirei, salvei e compartilho aqui com você
→ Coração partido com a tragédia do Rio Grande do Sul. Estou acompanhando alguns criadores de conteúdo indicando sites com informações de como ajudar. Gostei dessa curadoria de links trazida pelo
que dá acesso às várias formas de auxiliar as vítimas.→ Ler e escrever: as competências do presente (link). O analfabetismo funcional afeta 30% da população brasileira. E ninguém tira real proveito das tecnologias emergentes sem dominar o básico. Um texto de Conrado Schlochauer, colunista da VOCÊ RH.
→ Uma playlist cheia de livros para escutar aqui.
Parabéns pela newsletter, Camila! De fato, furar a bolha não é tarefa fácil para quem está fora dos grande centros. Mas a gente segue. E nosso combustível são as palavras que recebemos de quem se abre para nos ler. Tuas palavras já foram um incentivo e tanto pra mim. Lembra daquele almoço no shopping? Está guardado comigo. ♥️
Já 21, uma vida não?
Sua escrita está cada vez melhor, mas esperando para ver seu material para um próximo livro.
Sucesso!