Eu juro. Juro que me esforço, mas não consigo gostar do clássico Star Wars (ou Guerra nas Estrelas). Meu marido já tentou me convencer a assistir a série dessa fantasia científica, considerada um fenômeno mundial, e não conseguiu. Durmo sempre nos primeiros 45 minutos de filme ou arranjo uma desculpa para fazer outra coisa.
Onde eu estava quando todo mundo só falava dessa guerra nas estrelas? Em um outro universo paralelo junto com o Homem-Aranha, será?
Assim como a fruta não cai longe do pé, recentemente o Pietro foi fisgado pela história e agora não para de falar sobre ela. Sabe quem são todos os personagens, os nomes complexos e detalhes que eu não faço a menor ideia. Fala do filme no café da manhã, almoço e janta. Ensina e corrige a Marina na pronúncia do nome Obi-Wan Kenobi. Faz perguntas, quer conversar e eu continuo tentando (juro) prestar atenção para interagir com ele e sua nova paixão pela série.
Quando começa a contar sobre os personagens, assim como o pai dele fazia durante suas tentativas frustradas em me convencer de que é a melhor história de todos os tempos, meu cérebro desvia para outro lugar bem longe. Miro o olhar em um ponto fixo, mas minha cabeça não consegue acompanhar o raciocínio e ficar ali presente. Penso no meu trabalho, nos textos para finalizar, na roupa para tirar da máquina, nos cursos e livros para terminar, na tarefa de italiano; penso em tudo, menos em Guerra nas Estrelas.
Comprei um livro com cenas dos filmes e alguns textos curtos em italiano. Toda noite o Pietro lê uma página e me explica quem são, os acontecimentos e as relações entre Luke Skywalker, Darth Vader, a princesa Leia, Han Solo, Yoda, etc e tal. E eu fico como? Permaneço mentalmente divagando, mesmo achando linda a empolgação dele.
Pela influência do irmão, Marina começou a incluir os stormtroopers nos diálogos imaginários criados entre as bonecas, Barbies e unicórnios. Observo as conversas e brincadeiras, admiro, mas ainda assim não consigo mergulhar na narrativa Star Wars.
E essa situação me faz lembrar daqueles livros best sellers que o mundo inteiro amou, menos eu e alguns gatos pingados espalhados que, corajosamente, manifestaram suas opiniões contrárias à maioria.
Quem está certo? Quem está errado?
Juro, Darth, ainda vou te dar uma chance. Talvez lá na frente eu me arrependa de não ter te conhecido melhor antes, como aconteceu na minha relação com o pequi (contei na edição #14). Um dia, quem sabe, aprenderei a gostar de você. Até lá, continuarei disfarçando meu interesse na sua história enquanto der. As crianças vão me perdoar (penso). A mamãe não é perfeita e, finalmente, entendeu que nunca será.
🌱 Colheita de palavras
Um espaço onde as palavras das crianças vão morar.
Queria que fosse assim a vida: nunca escovar os dentes depois de comer!
Quer ficar com os dentes estragados, Marina?
Não.
Então a vida é essa: tem que escovar sim e sempre depois de comer.
🔎 Descobertas da semana
Li, assisti, gostei, me inspirei, salvei e compartilho aqui com você
→ Como falar de futuros numa sociedade que não consegue se relacionar com o passado? (link)
→ Pessoas para nos ensinar qualquer tipo de assunto são muitas hoje, mas quem nos ensina a não saber? (link). Uma reflexão interessante do psicanalista Haendel Motta que eu acompanho semanalmente no LinkedIn.
→ Como lidar com o EGO (link).Um vídeo interessante que assisti essa semana da professora de filosofia Lúcia Helena Galvão. Traz um quadro comparativo do que é o ego e o self.
→ O ator George Clooney esteve aqui em Arezzo na sexta-feira (17) para filmar cenas do filme da Netflix “Jay Kelly”, dirigido por Noah Baumbach. Ele apareceu na entrada do teatro Petrarca, escolhido como cenário. E onde eu estava, meus caros, enquanto tudo isso acontecia aqui? Em casa!!!! Soube da notícia mais tarde. Agora é aguardar para assistir ao filme. Seguem as informações em um dos sites daqui.
Fique tranquila, os fãs antigos também não tem gostado de Guerra nas Estrelas (eu não me acostumo a chamar de Star Wars).
Dito isso, tem um livro chamado A Princesinha de Vader, com uma série de charges da relação Vader e Leia (que na prática nunca existiu nos filmes). Minha filha se amarrou.